O projeto de lei que regulamenta jogos de azar em espaços físicos no Brasil, como cassinos, bingos e o tradicional jogo do bicho, segue em pauta no Senado Federal neste primeiro semestre de 2025. A proposta tem apoio do Palácio do Planalto e da cúpula do Congresso, que enxergam no tema uma oportunidade de arrecadação estimada em R$ 22 bilhões anuais em impostos.
Segundo fontes do Legislativo, há um entendimento entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o projeto avance sem obstáculos, inclusive com a sanção garantida pelo Executivo após eventual aprovação.
Já aprovado na Câmara dos Deputados, o texto passou a ser prioridade tanto para o presidente do Senado quanto para o governo federal. O relator da proposta, senador Irajá (PSD-TO), também defende sua tramitação célere.
Governo quer aprovar projeto sem mudanças
O ministro do Turismo, Celso Sabino (União), tem reiterado publicamente o apoio do governo ao projeto e afirma que a intenção é manter o texto aprovado na Câmara, evitando alterações. Para ele, a proposta pode impulsionar o setor turístico ao mesmo tempo em que estabelece regras claras para a operação dos cassinos.
“É um texto que restringe a quantidade de resorts integrados com cassinos nas unidades federativas. A perspectiva, pelas conversas que a gente vem tendo, é que dentro deste primeiro semestre de 2025 esse projeto seja aprovado”, declarou o ministro.
Novo cenário: resorts e jogos regulamentados

Nos moldes atuais do projeto, 34 resorts com cassinos integrados poderão operar em todo o território nacional, com as licenças sendo disponibilizadas mediante pagamento de outorga. Já os cassinos flutuantes, em embarcações, estariam limitados a apenas 10 licenças em todo o país.
Além disso, o projeto abre espaço para a legalização de outros tipos de jogos, como bingos e vídeo-bingos, que poderão ser instalados em jóqueis clubes, com uma licença por município a cada 150 mil habitantes. O jogo do bicho também seria regulamentado, sendo permitida uma licença por estado a cada 700 mil habitantes.
Medidas para evitar abusos e crimes financeiros
Para evitar riscos como lavagem de dinheiro e endividamento dos apostadores, a proposta proíbe que operadoras de jogos concedam empréstimos, e restringe os pagamentos exclusivamente a cartão de débito ou Pix — vedando o uso de cartão de crédito.
O texto também prevê a criação de um novo imposto de 17% sobre a receita bruta das empresas operadoras de jogos. A arrecadação será dividida entre União, estados e municípios, em uma estratégia para reduzir a resistência de parlamentares ao projeto.
Negociações avançam, mas bancada evangélica se mantém contrária
Apesar do avanço do projeto, a bancada evangélica no Senado mantém posição contrária à legalização dos jogos, conforme relatado pelo relator senador Irajá a seus aliados. Para garantir uma margem de segurança na votação, os articuladores do projeto calculam já ter os 41 votos necessários para aprovação, mas pretendem só colocá-lo em plenário quando tiverem o apoio consolidado de pelo menos 50 senadores, a fim de evitar riscos de mudanças de última hora no texto.
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